terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O hiper-realismo de Fernando Carpaneda

http://www.jornalorebate.com/53/fer.htm


Fernando Carpaneda faz esculturas hiper-realistas em tempos de arte calcada em conceitos e abstrações. É figurativo quando o momento é de muito discurso para dar sentido á obra. O artista não se incomoda com isso. Assume que suas intenções estão bem claras nas peças esculpidas em argila, fieis aos modelos e quase descritivas, já que um texto sobre o retratado acompanha todas as figuras. "No exterior existe um movimento enorme direcionado para o que eu faço. É gente que quer este tipo de arte figurativa de volta. Não basta ter conceito, tem que ter talento", garante. "Não estourou ainda, mas vai ter um boom.

Fernando é crítico quanto aos caminhos traçados pela arte contemporânea. Acha que ela se afastou do público e não consegue transmitir discursos de maneira explícita. Ficou homogeneizada por excesso de presença acadêmica e formatos legitimados". Não tem porque uma faculdade formar por ano milhões de pessoas com as mesmas idéias", ataca.

O artista cita vários movimentos empenhados em divulgar a arte underground gay e questionar a legitimidade da arte dita "oficial", egressa das universidades e validada em circuitos de galerias, museus e curadores.
Entre os mais conhecidos está o Art Renegades, do qual Fernando participa de uns anos para cá. No site (www.artrenegades.com), um manifesto revela: "Somos um grupo de artistas que rejeita o elitismo e a comercialização de obras que seguem padrões vigentes. Nossa meta é trazer à tona tendências underground da arte mundial e prover uma alternativa para o status quo".

Ninguém sabe ao certo quem alimenta e mantém o site e outros movimentos alternativos, mas Fernando conta que boatos levam a milionários norte-americanos, artistas e jornalistas. Além do viés artístico, a maioria investe na crítica à política norte americana. De uma dessas organizações saiu o artista Chris Savido, autor do polêmico retrato de George W. Bush. O rosto do presidente foi construído com dezenas de macaquinhos e exposto em painéis de intensa circulação em Nova Iorque, no final de 2004.


A arte de Fernando fala dos excluídos, pessoas que circulam por comunidades restritas e nem sempre encontram abertura e receptividade em outros meios. O recado pode parecer simplório e inocente, mas o artista pretende ensinar a igualdade entre os seres humanos. Por isso dá espaço a figuras marginalizadas. "E os museus estão de olho nisso", garante o artista. Os trabalhos de Tom of Finland, por exemplo, vêm sendo adquiridos por acervos importantes. O último foi o Museu de Arte Moderna de Nova York, o MoMA.

Em 2006 Fernando Carpaneda teve uma de suas esculturas publicadas no livro "TREASURES OF GAY ART". Livro que reune artistas como: Andy Warhol, Robert Mapplethorpe, Keith Haring, Tom Of Finland, Jean Cocteau, Neel Bate, Wilhelm Von Gloeden, entre outros.



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