sexta-feira, 25 de julho de 2008

SEXO ORAL. COMO REDUZIR OS RISCOS DE INFECÇÃO.

material extraído de:
http://www.aids.org.br/assumidos/default.asp?pId=53

Historicamente, tem sido muito difícil estabelecer qual a participação do sexo oral na transmissão do HIV, uma vez que poucas pessoas praticam somente o sexo oral. A maioria das pessoas também praticam sexo anal e/ou vaginal, que são reconhecidamente formas de infecção quando há relação sexual desprotegida, sem preservativo.

Mesmo com o relato de vários casos nos quais a transmissão do HIV tenha sido aparentemente por via oral, sempre houve uma tendência de se priorizar, nas campanhas e materiais de prevenção, as outras situações de maior risco.
Essa informações têm deixado as pessoas confusas sobre a necessidade e as opções de redução do risco do sexo oral.

RISCO DE INFECÇÃO
A probabilidade de transmissão do HIV depende do tipo de contato envolvido. O vírus, geralmente, é transmitido por meio de sexo anal e sexo vaginal sem proteção (penetração sem camisinha); por meio do compartilhamento de seringas e agulhas infectadas entre usuários de drogas injetáveis; da mãe infectada para o filho na gestação ou na hora do parto; por meio de transfusão de sangue não testado.
O sexo oral sempre foi tido como uma atividade de menor risco, mas nunca foi considerada sem risco algum. Vale lembrar que outras doenças sexualmente transmissíveis, como sífilis, herpes e gonorréia, podem ser facilmente transmitidas via sexo oral.

ESTUDOS CONTROVERSOS
O risco de um homem com práticas homossexuais se infectar pelo HIV por meio do sexo oral é extremamente baixo, de acordo com um estudo americano realizado em São Francisco, publicado na revista AIDS, em 2002.
De um total de 10.000 homens que se apresentaram para a realização de teste de HIV o estudo selecionou 239, que informaram ter feito exclusivamente sexo oral.
Os indivíduos pesquisados praticaram, em média, sexo oral com três pessoas diferentes num intervalo de seis meses A maioria absoluta (98%) fez sexo oral sem camisinha; 35% afirmaram ter recebido sêmen na boca, 70% dos quais engoliram o sêmen.
Nenhum dos homens da pesquisa apresentou resultados positivos ao HIV, significando que o risco de ser infectado pelo HIV via sexo oral nesta população foi zero.
Como a amostragem do estudo foi relativamente pequena , não é possível dafirmar que a probabilidade de infecção é realmente zero.
Já um estudo espanhol, recentemente publicado, envolvendo casais heterossexuais em que um dos parceiros estava infectado pelo HIV e o outro não, concluiu que nenhum caso de transmissão de HIV poderia ser atribuído ao sexo oral em um período de 10 anos.
Este estudo contradiz drasticamente uma outra pesquisa também conduzida em São Francisco , em 2000, com 122 homossexuais masculinos que haviam sido recentemente infectados pelo HIV. A pesquisa , até hoje bastante contestada, informou que até 8% dessas infecções eram atribuídas ao sexo oral.
Dentre os homens, participantes dessa pesquisa americana, que informaram que o único fator de risco teria sido sexo oral, a maioria - embora não todos - relatou que tinha algum problema na boca, como úlceras e aftas, quando praticou sexo oral. A maioria dos homens infectados dessa maneira disseram ter recebido sêmen em suas bocas.

QUANDO É MAIS PERIGOSO
O risco de transmissão do HIV por sexo oral é maior quando você ou seu parceiro (a) tem uma doença sexualmente transmissível (DST) não tratada, como gonorréia ou sífilis. Também é mais perigoso se você tiver cortes abertos, úlceras ou machucados em sua boca, garganta infeccionada, amigdalite ou alguma doença na gengiva.
Os exames de carga viral quase sempre encontram rastros do HIV no sêmen. A presença de alta carga viral no sangue também significa que a carga viral do sêmen é alta. O contrário não é necessariamente verdadeiro: mesmo que a carga viral no sangue seja indetectável, o vírus pode estar presente no sêmen.
Portanto, é errado acreditar que a terapia anti-HIV (o coquetel) reduz o potencial de infecção do sêmen ou que evita a infecção em relações sexuais desprotegidas.
Os níveis de HIV no fluido vaginal também variam, aumentando durante a menstruação, período em que o sexo oral é mais perigoso.

COMO REDUZIR OS RISCOS
Há várias maneiras de reduzir os riscos de infecção pelo sexo oral. Depende da opção de cada um, de aceitar e decidir sobre o que é mais ou menos arriscado. O ideal é que, antes de optar por alguma conduta, você passe por uma consulta médica ou aconselhamento com profissionais de saúde. Os COAS (atualmente chamados de CTAs) são serviços públicos que fazem a testagem anti-HIV e devem estar preparados para prestar esse tipo de informação.
- você pode decidir que os riscos do sexo oral são baixos o suficiente para não mudar seu comportamento habitual;
- você pode optar pela abstinência de sexo oral, deixar de praticá-lo porque não quer correr nenhum risco de transmissão de HIV, por menor que ele seja;
- você pode decidir reduzir o número de parceiros com os quais vai fazer sexo oral;
- você pode decidir praticar sexo oral com barreiras de proteção. É o caso da camisinha no sexo oral com homens ou "proteção dentária" (um tipo de borracha usada pelos dentistas) no sexo oral com mulheres;
- você pode decidir que prefere "receber sexo oral" (ser chupado) já que isso parece ser mais seguro do que "fazer sexo oral" (chupar);
- você pode decidir não gozar na boca do seu parceiro ou não deixar que gozem na sua boca; caso goze na boca, igualmente pode decidir engolir ou não ou esperma
- você pode decidir evitar sexo oral com mulheres se elas estiverem em seus períodos de menstruação.

PARA CONCLUIR, DUAS DICAS
- Seja você é HIV-positivo ou negativo, cuide bem da saúde de sua boca. A chance de transmissão do HIV por sexo oral aumenta se a pessoa tiver gengivas que sangram, aftas, cortes, machucados e cáries nos dentes. Nunca escove seus dentes ou passe fio dental antes do sexo oral.
- Visite seu médico periodicamente. Procure logo um serviço de saúde se aparecer ferida, verruga, corrimento, ardência ou coceira, seja no pênis, na vagina ou no ânus. Pode ser o sinal de uma DST, que além do desconforto e da dor, pode aumentar em muitas vezes o risco de transmissão do HIV.


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