sexta-feira, 25 de julho de 2008

Homofobia: Assassinato do bailarino Igor Xavier, em 2002.


Conheça um caso de homofobia onde os assassinos são conhecidos e permanecem impunes. O próprio assassino em seu depoimento disse: "Não suporto homossexuais!".

(Montes Claros, Minas Gerais, Brasil)


Em 1º de março de 2002, a cidade mineira de Montes Claros recebeu, com pesar e surpresa, a notícia do bárbaro assassinato do bailarino e coreógrafo Igor Leonardo Lacerda Xavier. O motivo do crime: homofobia.

O assassino confesso é o fazendeiro Ricardo Athayde Vasconcelos, que contou com a participação do seu filho, Diego Rodrigues Athayde. Em depoimento, bastante elaborado, Ricardo relatou que conheceu a vítima em um bar e o levou, de táxi, até seu apartamento para que entregasse alguns livros sobre o tema que conversaram na mesa, Filosofia.
No local, quando Ricardo voltou do banheiro, encontrou Igor abraçado ao seu filho segurando-lhe os órgãos genitais. Ainda segundo o fazendeiro, num impulso, sacou as 2 armas, uma pistola 380 e um revólver calibre 38, disparando acidentalmente contra Igor. Ele alega que solicitou ajuda do irmão, Márcio Athayde Vasconcelos, que o levou para outro local. Mais tarde, ele decidiu voltar ao local para se desfazer do corpo, com apoio do filho Diego. Abandonaram a vítima e as armas à beira de uma estrada que liga Montes Claros a São João da Vereda. Sabe-se que, em seguida, fugiram rumo à capital mineira, onde residem livremente até hoje.
Conforme informações da polícia, a vítima foi atingida por 5 tiros, sendo um deles na testa, disparado a uma distância máxima de 30cm, e outro a queima-roupa na nuca, o que cria uma certa contradição nas declarações de foram acidentais os tiros.
A mãe de Igor, divulgou uma carta aberta à imprensa nacional relatando os fatos conforme apuração de amigos e familiares. Nela, a senhora Marlene Xavier acrescenta que seu filho foi levado ao apartamento do fazendeiro sob o pretexto de buscar livros que iriam ajudá-lo no seu próximo espetáculo. Chegando lá, foi torturado e assassinado por pai e filho, que depois arrastaram-lhe escada abaixo, cerca de 3 andares, maltratando-o terrivelmente. Ela diz que vizinhos ouviram os disparos e acionaram a polícia, que não se fez presente, descobrindo os fatos já ao amanhecer, enquanto Ricardo e Diego fugiam para Belo Horizonte.
A senhora Marlene diz também em sua carta que, após pedido de prisão preventiva, um habeas-corpus foi negado em Belo Horizonte mas concedido em Brasília, possivelmente por meios fraudulentos, tendo em vista o poderio financeiro e influência política da família. Vale constar que o assassino é irmão do político Luiz Antônio Athayde, que já foi Secretário Adjunto Estadual de Fazenda e Subsecretário de Assuntos Internacionais da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de Minas Gerais. Há também, informações não-oficiais de que os assassinos são parentes do ex-prefeito da cidade. Além disso, em 2005, o advogado de defesa dos réus ingressou na cúpula do secretariado de defesa do Estado mineiro.
De acordo com informações veiculadas na imprensa, o juiz responsável pelo pedido de prisão da dupla ressaltou que, até nas rodas sociais mais elevadas da cidade, insinua-se que, se não fosse a influência e poder aquisitivo da família Athayde, os assassinos já estariam na cadeia.


este vídeo do youtube (Série Homofobia 05), feito pela produtora independente Catarse, do Rio Grande do Sul faz referência a um caso emblemático de desprezo da Justiça com os casos de crimes homofóbicos. O assassinato do bailarino Igor Xavier, em 2002, ainda impune, já que o réu confesso ainda não foi a juri popular.


material extraído de : http://www.circuitomix.com.br/soucontraahomofobia/

Um comentário:

Anônimo disse...

posso dizer pouco sobre isso...talvez possa dizer que, sem ter conhecido o Igor, eu o amo. porque eu amo a todos os meus parentes e amigos gays. mas eu os amo tanto que quase pude sentir os coraçoes da mae e do pai do Igor baterem junto com o meu quando eles falam do filho no documentario... tudo, qualquer coisa mesmo, que eu puder fazer para contribuir que este tipo de crime seja punido a ponto de deixar de existir eu faço. basta que me digam. enfim, eu amo o Igor.