disponível em:
http://www.mp.rs.gov.br/imprensa/imprensa/noticias/
id14237.htm
Por: Jorn. Marco Aurélio Nunes
20/05/2008 - Direitos Humanos
Marcelly Malta procurou Promotoria e deu sua versão sobre a violência que sofreu. Especializada de Direitos Humanos abriu inquérito para investigar o caso
A Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre instaurou inquérito civil para apurar conduta homofóbica por parte de agentes de segurança e de saúde contra a travesti Marcelly Malta no Posto de Atendimento Médico (PAM 3) da rede municipal da Capital. A travesti, que é presidente do Conselho Municipal de Direitos Humanos e da ONG Igualdade Associação de Travestis do Rio Grande do Sul, foi agredida na antevéspera do Dia Internacional de Combate à Homofobia, comemorado em 17 de maio. A promotora Míriam Balestro Floriano também pedirá que a Especializada Criminal acompanhe o inquérito na Polícia Civil.
Marcelly Malta – primeira travesti homenageada no Dia Internacional da Mulher pela Prefeitura de Porto Alegre – é funcionária municipal e já foi ouvida no Ministério Público. Ela contou que saiu do posto de saúde onde trabalha, na Vila Cruzeiro, para ir até o PAM 3. Sua intenção era convidar uma servidora para palestrar sobre saúde dos travestis em um seminário. Ao chegar no prédio uma vigilante indagou: “aonde o senhor vai?”. Após se identificar e informar seu destino, foi recebida pela pessoa que procurava.
Contudo, na saída do posto, a travesti perguntou à vigilante se ela não a conhecia, porque como servidora municipal já havia estado no local outras vezes. “O senhor não usa crachá?”, respondeu a vigilante. Quando Marcelly explicou que era uma transexual e esperava respeito, recebeu um soco no rosto de um dos seguranças e foi levada para uma sala onde foi espancada. A travesti disse que enfermeiras se recusaram a socorrê-la.
Após ser posta para fora do prédio, Marcelly retornou ao posto de saúde pelos fundos. Ao ser vista com marcas pelo corpo, foi orientada pela sua coordenadora a procurar a Polícia. Ela registrou a ocorrência e fez exame de corpo de delito antes de se dirigir ao Ministério Público. A promotora de Justiça Míriam Balestro Floriano frisa que em conseqüência do episódio, o Ministério Público está recebendo várias manifestações de repúdio de ONG’s estaduais e internacionais que pedem a averiguação dos fatos.
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