quinta-feira, 24 de julho de 2008

Direitos dos homossexuais são mais respeitados nos grandes centros, diz ativista


texto extraído de: http://www.agenciabrasil.gov.br


Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Tabatinga (AM) - Os direitos dos homossexuais são mais respeitados em grandes centros, situação que não se repete em municípios do interior do país. Foi o que afirmou o presidente da Associação dos Homossexuais do Acre, Germano Marino, que participou da Conferência Estadual de Políticas Públicas para Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais. Realizado em Tabatinga (AM), o evento terminou ontem (15) e reuniu pela primeira vez representantes do Brasil, Colômbia e Peru.

“Precisamos de uma rede de proteção social, que são os tribunais de justiça, ministérios públicos, OABs [Ordem dos Advogados do Brasil], para que interajam com o movimento, a fim de transformar ações de políticas públicas do governo em ações de estado, para garantir direitos civis à população GLBT em sua localidade”, defendeu Marino.

O coordenador da Conferência Estadual de Políticas Públicas GLBT do Amazonas, Francisco Nery, explicou que a realização do encontro em Tabatinga deve-se ao grande número da população GLBT que vem da Colômbia e do Peru para o Brasil, fugindo dos preconceitos em seus países de origem. “Eles vêm em busca de uma nova vida. Aqui eles têm maior receptividade. A maioria das travestis de Tabatinga é de colombianas e peruanas”, contou Nery.

Ele destacou ainda que, ao contrário das grandes cidades, nos municípios do interior do Amazonas, a homofobia (aversão a homossexuais) é branda, embora não totalmente tolerável. “Por ser uma cidade pequena, as pessoas se conhecem mais. Estou trabalhando no interior do estado e ainda não encontrei violação dos direitos humanos em relação aos homossexuais por parte da polícia, ao contrário das grandes cidades, onde é comum os policiais agredirem a população GLBT”.

Outro assunto abordado durante a conferência foi a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e Aids (DST/Aids). Segundo Nery, o Brasil está bem mais avançado do que a Colômbia e o Peru, onde as campanhas são poucas. “No Brasil, o assunto é mais falado e tem mais recursos, por fazer parte da política do Ministério da Saúde de enfrentamento da epidemia da Aids e das DST. Na Colômbia e no Peru, não se usa essa política”.

As conferências estaduais de políticas públicas para a população GLBT são preparatórias para a conferência nacional, que vai ocorrer de 7 a 9 de junho deste ano, em Brasília.

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