Portugal Gay - Famílias de Acolhimento Homossexuais
Nos dias de hoje, assuntos relacionados à homossexualidade são discutidos e geram inúmeras polêmicas e dividem opiniões. Um deles é a questão de gays adotando crianças.
Até mesmo alguns homossexuais colocam-se contra a adoção de crianças por homossexuais, porque projetam o padrão heterossexual como sendo o “ideal”, esquecendo-se de analisar o que se entende por ideal.
Acredito que nenhuma confusão irá se estabelecer na cabeça da criança, tendo em vista que ela deverá sempre ser instruída a partir do amor. O casal dirá a ela: “Você tem dois pais, ao invés de um pai e uma mãe, como seus amiguinhos. Isso não faz de você diferente de ninguém, porque seus dois pais se amam profundamente, assim como o pai e a mãe de seus amiguinhos. A gente se ama tanto que quisemos dividir esse amor, próprio de um casal, com alguém muito especial. Este alguém é você! Você é tão especial e tão querida que nos dispusemos a enfrentar todas as barreiras e preconceitos (que você também passará) para ficar com você. Lutamos por você e nunca deixaremos de lutar. Você está aqui, mesmo sendo adotada, como fruto de um amor maduro, consciente e refletido”. Obviamente que estas palavras serão adaptadas a cada fase da criança. A prática do amor, no cotidiano, é que fará com que estas palavras tornem-se realidade e não um mero discurso de defesa da causa.
Quanto ao argumento de que a criança será influenciada e será gay também, é um dos mais ignorantes e infundados que alguém possa apresentar. Ora, se o comportamento de nossos pais é o que nos definem, por que sou gay então? Meus pais são heterossexuais, super estruturados, amam-se verdadeiramente e, porém, sou gay! Até quando as pessoas não acreditarão que o homossexual nasceu assim e ponto final? Não se muda a genética. Os gays não “viraram” gays, como se costuma dizer. Nascemos gays, somos gays. Não somos frutos de más companhias, abusos sexuais infantis ou opção para insultar os pais. Portanto, se pais heterossexuais têm filhos gays, por que gays terão que influenciar seus filhos a serem gays? Muito pelo contrário. Por terem passado por todos os preconceitos e dificuldades com uma sociedade que força todos a serem heterossexuais, deixarão seus filhos conscientes e terão grande possibilidade de criarem filhos estruturados e preparados para o desafio da vida em sociedade.
Dizem, também, que o gay não pode adotar porque é uma pessoa desestruturada emocionalmente. Porém, alguém que chega diante de uma assistente social (no Fórum) e diz: “Eu sou homossexual” (mesmo sabendo todas as barreiras que tal afirmação trará) é porque tem muita estrutura! Você, caro leitor heterossexual, teria estrutura para chegar num processo judicial e abrir-se assim? Quem consegue fazer isso é porque trabalhou seu próprio eu, é alguém que buscou a si mesmo e se encontrou; é alguém com uma sexualidade madura e trabalhada. Bem diferente daqueles que não têm essa maturidade e preferem se esconder atrás do que a sociedade quer e acabam se casando. E aí, qual é o passo seguinte ao casamento? Exato, os filhos! Ou seja, mesmo ele não tendo maturidade para ter assumido sua homossexualidade, a sociedade o considera apto a ter uma família apenas pelo fato de ser dentro do padrão heterossexual e, portanto, o padrão aceitável. É onde vemos pais que nunca deveriam ter sido pais.
Fazem mil e uma hipóteses do porquê gays não podem se unir civilmente e do porquê não podem adotar crianças. Mas ninguém faz as mesmas análises de um casal heterossexual para chegar na conclusão se eles terão condições psicológicas, sociais etc. Por que tanta cautela em cima dos gays e nenhuma em cima dos heterossexuais? Conheci um rapaz que começou a namorar uma menina quando ele tinha quinze anos (e ela tinha treze). Como eles sentiam muito ciúmes um do outro, resolveram deixar a escola. Faz três anos que estão juntos, ou seja, ele está com dezoito e, ela, com dezesseis. Eles têm estrutura? Nenhuma! Porém, já esperam o primeiro filho. Bonito né? Não existe programa de televisão, pastores, juízes, assistentes sociais etc, discutindo e negando que um casal sem estrutura, como esse, coloque filhos no mundo. Porém, existe toda esta parafernalha em cima de um casal gay, mesmo eles amando-se profundamente e tendo condições financeiras, psicológicas e emocionais.
É hora das pessoas começarem a colocar-se no lugar das outras. É hora de abrir mentes e corações para o amor, pois é ele que importa e ele que edifica qualquer relacionamento, seja hetero ou homossexual. Abraço fraternal:
André Carlos Massolini – amassolini@uol.com.br
Até mesmo alguns homossexuais colocam-se contra a adoção de crianças por homossexuais, porque projetam o padrão heterossexual como sendo o “ideal”, esquecendo-se de analisar o que se entende por ideal.
Acredito que nenhuma confusão irá se estabelecer na cabeça da criança, tendo em vista que ela deverá sempre ser instruída a partir do amor. O casal dirá a ela: “Você tem dois pais, ao invés de um pai e uma mãe, como seus amiguinhos. Isso não faz de você diferente de ninguém, porque seus dois pais se amam profundamente, assim como o pai e a mãe de seus amiguinhos. A gente se ama tanto que quisemos dividir esse amor, próprio de um casal, com alguém muito especial. Este alguém é você! Você é tão especial e tão querida que nos dispusemos a enfrentar todas as barreiras e preconceitos (que você também passará) para ficar com você. Lutamos por você e nunca deixaremos de lutar. Você está aqui, mesmo sendo adotada, como fruto de um amor maduro, consciente e refletido”. Obviamente que estas palavras serão adaptadas a cada fase da criança. A prática do amor, no cotidiano, é que fará com que estas palavras tornem-se realidade e não um mero discurso de defesa da causa.
Quanto ao argumento de que a criança será influenciada e será gay também, é um dos mais ignorantes e infundados que alguém possa apresentar. Ora, se o comportamento de nossos pais é o que nos definem, por que sou gay então? Meus pais são heterossexuais, super estruturados, amam-se verdadeiramente e, porém, sou gay! Até quando as pessoas não acreditarão que o homossexual nasceu assim e ponto final? Não se muda a genética. Os gays não “viraram” gays, como se costuma dizer. Nascemos gays, somos gays. Não somos frutos de más companhias, abusos sexuais infantis ou opção para insultar os pais. Portanto, se pais heterossexuais têm filhos gays, por que gays terão que influenciar seus filhos a serem gays? Muito pelo contrário. Por terem passado por todos os preconceitos e dificuldades com uma sociedade que força todos a serem heterossexuais, deixarão seus filhos conscientes e terão grande possibilidade de criarem filhos estruturados e preparados para o desafio da vida em sociedade.
Dizem, também, que o gay não pode adotar porque é uma pessoa desestruturada emocionalmente. Porém, alguém que chega diante de uma assistente social (no Fórum) e diz: “Eu sou homossexual” (mesmo sabendo todas as barreiras que tal afirmação trará) é porque tem muita estrutura! Você, caro leitor heterossexual, teria estrutura para chegar num processo judicial e abrir-se assim? Quem consegue fazer isso é porque trabalhou seu próprio eu, é alguém que buscou a si mesmo e se encontrou; é alguém com uma sexualidade madura e trabalhada. Bem diferente daqueles que não têm essa maturidade e preferem se esconder atrás do que a sociedade quer e acabam se casando. E aí, qual é o passo seguinte ao casamento? Exato, os filhos! Ou seja, mesmo ele não tendo maturidade para ter assumido sua homossexualidade, a sociedade o considera apto a ter uma família apenas pelo fato de ser dentro do padrão heterossexual e, portanto, o padrão aceitável. É onde vemos pais que nunca deveriam ter sido pais.
Fazem mil e uma hipóteses do porquê gays não podem se unir civilmente e do porquê não podem adotar crianças. Mas ninguém faz as mesmas análises de um casal heterossexual para chegar na conclusão se eles terão condições psicológicas, sociais etc. Por que tanta cautela em cima dos gays e nenhuma em cima dos heterossexuais? Conheci um rapaz que começou a namorar uma menina quando ele tinha quinze anos (e ela tinha treze). Como eles sentiam muito ciúmes um do outro, resolveram deixar a escola. Faz três anos que estão juntos, ou seja, ele está com dezoito e, ela, com dezesseis. Eles têm estrutura? Nenhuma! Porém, já esperam o primeiro filho. Bonito né? Não existe programa de televisão, pastores, juízes, assistentes sociais etc, discutindo e negando que um casal sem estrutura, como esse, coloque filhos no mundo. Porém, existe toda esta parafernalha em cima de um casal gay, mesmo eles amando-se profundamente e tendo condições financeiras, psicológicas e emocionais.
É hora das pessoas começarem a colocar-se no lugar das outras. É hora de abrir mentes e corações para o amor, pois é ele que importa e ele que edifica qualquer relacionamento, seja hetero ou homossexual. Abraço fraternal:
André Carlos Massolini – amassolini@uol.com.br
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