Fonte:
http://diario.iol.pt/sociedade/js-homossexualidade
-gays-cardeal-igreja-casamento/1043739-4071.html
18-02-2009 - 18:01h
O líder da JS, Duarte Cordeiro, condenou esta quarta-feira, em Coimbra, as declarações do cardeal D. José Saraiva Martins sobre a homossexualidade, considerando que «são infelizes» e «incentivam a homofobia», escreve a Lusa.
«Condeno as palavras do senhor cardeal, pois incentivam a homofobia. Preocupa-me este tipo de afirmações de que a homossexualidade não é normal. Estas palavras incentivam a que outros as usem, praticando comportamentos discriminatórios», afirmou o secretário-geral da Juventude Socialista.
Alvo de discriminação
O cardeal D. José Saraiva Martins considerou, terça-feira à noite, na Figueira da Foz, que a homossexualidade «não é normal» e que o casamento entre homossexuais não providencia uma educação normal a quem falta um pai e uma mãe.
«Não quero falar da questão da adopção. Entendo isso como uma estratégia para colocar tudo no mesmo saco. Queremos falar do casamento [entre pessoas do mesmo sexo], com os mesmos direitos que o casamento civil proporciona», sustentou o dirigente.
Duarte Cordeiro falava à agência Lusa no final de uma visita à Escola Secundária Avelar Brotero, em Coimbra, na véspera da discussão no Parlamento da iniciativa legislativa da JS sobre a aplicação da educação sexual nas escolas.
«Igualdade e dignidade»
«A orientação sexual não deve ser alvo de discriminação. As pessoas devem ter todo o direito ao casamento civil, com a mesma igualdade e dignidade», preconizou.
Para o secretário-geral da JS, é «natural que a Igreja queira dar a sua opinião sobre a sociedade», mas «o peso da opinião da Igreja deve ser ponderado».
«São declarações infelizes. O meu receio é que sirvam para marginalizar pessoas e fundamentar comportamentos discriminatórios. Critico as palavras, não a Igreja, por dar a sua opinião», afirmou Duarte Cordeiro.
«Educação para a diferença»
O líder da organização juvenil partidária destacou a importância da educação sexual nas escolas para fomentar a «educação para a diferença», um aspecto que, segundo referiu, foi realçado pelas professoras da Escola Avelar Brotero com quem se reuniu hoje.
«Na questão da igualdade de género e na compreensão da diferença e no combate à homofobia, é determinante o reforço da educação sexual nas escolas», considerou.
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