terça-feira, 18 de agosto de 2009

Gays são perseguidos e assassinados no Iraque

17/08/09 - Centenas de homossexuais foram assassinados em meio a perseguições e torturas.

Conforme foi publicado no site Do Lado, a ONG de direitos humanos Human Rights Watch (HRW), revelou que centenas de gays foram torturados e assassinados no Iraque nos últimos meses, sendo que alguns pelas forças de segurança nacional.

Entrevistas realizadas com médicos apontam que centenas de homens foram assassinados, mas o número exato não se sabe por conta do estigma relacionado aos homossexuais no Iraque, revelou o relatório da HRW.

“Os líderes do Iraque deveriam defender todos os Iraquianos, não abandoná-los na mão de agentes armados do ódio,” disse Scott Long, diretor do Programa de Direitos de Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros da HRW. “Ficar cego perante à tortura e assassinatos ameaça os direitos de todas as vidas no Iraque.”

Quatro vítimas que conversaram com a CNN contaram que os ataques aumentaram nos últimos meses.

“Em 2004, milícias e grupos anônimos começaram a perseguir gays… mas piorou há 6 meses,” disse Qaisar, que usa um pseudônimo por medo de sofrer represália. “Se transformou em uma guerra de grande escala contra os gays no Iraque.”

Líderes do Iraque estão cientes que a sociedade não aceita os homossexuais, mas disse que o governo não comanda os ataques. As autoridades são incapazes de oferecer proteção especial aos homossexuais, revelou o porta-voz do governo Ali al-Dabbagh.

De acordo com a HRW, que está solicitando uma repressão do governo, gays são atacados nas ruas ou em esconderijos, onde fazem interrogatórios e pedem nomes de outros possíveis gays. Muitos acabam em hospitais e necrotérios, disse a organização com base na conclusão dos relatórios médicos.

Alguns homens foram ameaçados com “crimes de honra”, por parentes preocupados com seu “comportamento desumano” que poderia destruir a reputação da família.

Os assassinatos, sequestros e torturas de possíveis homossexuais se intensificaram em áreas como Sadr City, um bairro pobre de Bagdá.

“Os Xiitas começaram essa cara e em especial em Sadr City”, disse Qaisar, alertado por sua cunhada a não frequentar essa região.

De acordo com o relátorio, a milícia do clérigo radical Moqtada al-Sadr, que está presente em Sadr City, participou dos ataques e defendeu a ação como uma forma de impedir que os homens iraquianos sejam “afeminados”.

“Nós temos testemunhas que indicam uma participação da força de segurança nacional nos ataques”, disse Long. O grupo entrevistou mais de 50 pessoas que relataram absusos e espancamentos em pontos de segurança.

“Esses assassinatos mostram a contínua e fatal falha das autoridades Iraquianas em estabelecer a regra e ordem para proteger seus cidadãos”, disse Rasha Moumneg, pesquisadora do Oriente Médio da HRW.

De acordo com a organização, uma medida do governo de Saddam Hussein endossava crimes cometidos por “motivos de honra”.

O porta-voz do govero assumiu que a medida era comum na era Saddam, mas não é utilizada atualmente, acrescentando que há uma pressão do governo para educar os policiais sobre direitos humanos.

“Ataques contra cidadãos, inclusive homossexuais, não são permitidos”, revelou al-Dabbagh.

Fonte:

Do Lado

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