sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Mesmo com 6 mil crianças em famílias homoparentais, adoção por gays ainda é polêmica na Alemanha

Foi publicado no site Mix Brasil, hoje - 07/08/09, que uma pesquisa feita pela Universidade de Bamberg revelou que cerca de 6.600 crianças estão sendo criadas, agora, na Alemanha, pelas "famílias arco-íris". Para surpresa dos sociólogos, 53% dos entrevistados (num universo total de 123 crianças e 100 pais ou mães) não se sentem discriminados pelo fato dos pais serem do mesmo sexo.

Marina Rupp, orientadora chefe da pesquisa, diz que o estudo mostrou que as crianças não sentem falta do segundo sexo no casal e suas próprias nascentes sexualidades não foram afetadas pela dos dois pais ou das duas mães.

2009 é um ano de eventos para a Alemanha: festejam-se os 60 anos da República Federal, os 20 anos da Queda do Muro de Berlim, 90 anos da República de Weimar, 90 anos da Bauhaus e o Ano Internacional das Políticas para Intercâmbio Esportivo-Cultural.

Em meio a tanta festividade, há um assunto fervendo no país que, pela localização, é chamado "o coração da Europa": desde 2005, a nova lei sobre direito de adoção de crianças por casais homossexuais vem causando controvérsias.

Num pronunciamento de 24 de julho de 2009, a Ministra da Justiça Brigitte Zypries reiterou seu pedido de alteração no contexto da lei em favor da adoção por casais do mesmo sexo, no sentido de adaptá­la aos novos padrões que regem um paía em busca de modernidade com responsabilidade

A posição simpatica à causa da Ministra Zypries foi contestada por Wolfgang Bosbach, líder do partido CDU (o mesmo da primeira ministra Angela Merkel) que declarou: "Crianças são melhor cuidadas por um casal composto de homem e mulher."

O mesmo pensamento de Christine Haderthauer, Ministra do Bem Estar Social na Bavária, ao ser entrevistada pelo diário "Passauer Neue Presse" O objetivo da adocão é a criança encontrar um lar estabelecido e isso inclui um pai e uma mãe. Esta também é a concepção dos advogados que cuidam de Direito de Família?

Klaus Jetz, diretor da Federação de Gays e Lésbicas da Alemanha (LSVD) acha que "os conservadores" precisam deixar de lado a oposicão cultural às famílias homossexuais e "devem conhecer melhor" os estudos científicos que provam a competência e dedicação dos gays e lésbicas como pais/mães?

Quando casais héteros se unem em frente a um juiz, são casais. Quando gays vão a um cartório, são parceiros numa união civil. Assim sendo, gays e lésbicas podem adotar na Alemanha, mas individualmente, não como casal.

As agências que cuidam de adoção muitas vezes, simplesmente, os ignoram.

Mas não esqueçamos do fato emblemático de o prefeito de Berlim ser gay assumido e meditemos sobre os números das pesquisas sobre ele, que são claros: 82% dos alemães não se importam com a orientação sexual de Herr Klaus Wowereit, o que desejam mesmo é uma boa administração.

(Por Thereza Pires)

Fonte:

Mix Brasil

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