Fonte:
http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=7867
24/03/2009 - 08:09
Um casal, formado por duas assentadas, foi expulso do lote que ocupava no assentamento Celso Furtado, em Castilho (SP), na divisa com Mato Grosso do Sul. Nádia Michele Teixeira, 27 anos, e Kelly Gonçalves de Souza, 24, acusam os coordenadores do assentamento, que são líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de Sindicatos Rurais da região, de cometerem homofobia aos expulsar as duas do local. Os coordenadores negam a discriminação dizendo que a saída se deu por motivos técnicos.
Para Kátia, os coordenadores cederam às pressões de outros assentados que não queriam o casal no assentamento. \"Os próprios coordenadores nos indicaram, mas depois cederam às pessoas que não aceitam a multiplicidade sexual. São pessoas que passavam em frente da nossa casa gritando injúrias e nos xingando\", conta Kátia.
Kátia diz que o casal já tinha registrado boletim de ocorrência na polícia denunciando a discriminação, mas foi na última sexta-feira que seu lote foi invadido por uma família com três homens e uma mulher. \"No sábado, fomos lá e eles nos disseram que ocuparam nossa casa a pedido dos coordenadores\", contou Kátia.
Ela diz que não teve tempo nem de retirar seus pertences. \"Meus móveis e parte das minhas roupas ficaram lá na casa\", disse. De acordo com Kátia, ela e sua companheira gastaram cerca de R$ 20 mil em benfeitorias feitas no lote, ocupado entre 29 de janeiro e 9 de março.
Coordenador nega expulsão
O assentamento é ocupado por 179 famílias que eram sem-terras de dois movimentos, do MST e do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf). Um dos coordenadores do assentamento, Milton Caldeira dos Santos, disse hoje que os quatro coordenadores, todos do Sintraf, concordaram que o casal gay não foi expulso.
\"O casal nunca ocupou esse lote. A meta é que o assentamento ocorra de maneira rápida e, depois de 90 dias, as duas ainda não tinham ocupado o lote. Por isso, decidimos repassá-lo a outra família\", disse. Santos disse que não houve expulsão porque também não houve assembléia para isso. A assembléia acontece nesta terça-feira, com a presença dos assentados. \"Estamos todos indignados aqui porque estão tentando explorar um fato por um viés que não existe\", disse.
Incra vai avaliar
A assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que o órgão vai analisar o caso e que \"se o casal tiver direito, terá seu direito assegurado\". De acordo com a assessoria, o Incra fará nesta terça-feira \"um detalhamento da situação para saber quais os direitos do casal\". A assessoria também informou que o Incra não discrimina os assentados por sexo e aceita normalmente as opções sexuais, dando como exemplo o caso de outro casal de lésbica que ocupa um lote no assentamento Zumbi dos Palmares, em Iaras (SP).
Fonte: Terra
http://www.msnoticias.com.br/?p=ler&id=7867
24/03/2009 - 08:09
Um casal, formado por duas assentadas, foi expulso do lote que ocupava no assentamento Celso Furtado, em Castilho (SP), na divisa com Mato Grosso do Sul. Nádia Michele Teixeira, 27 anos, e Kelly Gonçalves de Souza, 24, acusam os coordenadores do assentamento, que são líderes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e de Sindicatos Rurais da região, de cometerem homofobia aos expulsar as duas do local. Os coordenadores negam a discriminação dizendo que a saída se deu por motivos técnicos.
Para Kátia, os coordenadores cederam às pressões de outros assentados que não queriam o casal no assentamento. \"Os próprios coordenadores nos indicaram, mas depois cederam às pessoas que não aceitam a multiplicidade sexual. São pessoas que passavam em frente da nossa casa gritando injúrias e nos xingando\", conta Kátia.
Kátia diz que o casal já tinha registrado boletim de ocorrência na polícia denunciando a discriminação, mas foi na última sexta-feira que seu lote foi invadido por uma família com três homens e uma mulher. \"No sábado, fomos lá e eles nos disseram que ocuparam nossa casa a pedido dos coordenadores\", contou Kátia.
Ela diz que não teve tempo nem de retirar seus pertences. \"Meus móveis e parte das minhas roupas ficaram lá na casa\", disse. De acordo com Kátia, ela e sua companheira gastaram cerca de R$ 20 mil em benfeitorias feitas no lote, ocupado entre 29 de janeiro e 9 de março.
Coordenador nega expulsão
O assentamento é ocupado por 179 famílias que eram sem-terras de dois movimentos, do MST e do Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf). Um dos coordenadores do assentamento, Milton Caldeira dos Santos, disse hoje que os quatro coordenadores, todos do Sintraf, concordaram que o casal gay não foi expulso.
\"O casal nunca ocupou esse lote. A meta é que o assentamento ocorra de maneira rápida e, depois de 90 dias, as duas ainda não tinham ocupado o lote. Por isso, decidimos repassá-lo a outra família\", disse. Santos disse que não houve expulsão porque também não houve assembléia para isso. A assembléia acontece nesta terça-feira, com a presença dos assentados. \"Estamos todos indignados aqui porque estão tentando explorar um fato por um viés que não existe\", disse.
Incra vai avaliar
A assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou que o órgão vai analisar o caso e que \"se o casal tiver direito, terá seu direito assegurado\". De acordo com a assessoria, o Incra fará nesta terça-feira \"um detalhamento da situação para saber quais os direitos do casal\". A assessoria também informou que o Incra não discrimina os assentados por sexo e aceita normalmente as opções sexuais, dando como exemplo o caso de outro casal de lésbica que ocupa um lote no assentamento Zumbi dos Palmares, em Iaras (SP).
Fonte: Terra
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