quinta-feira, 2 de abril de 2009

Igreja - "Cale-se!"

Fonte:
Arcebispo da PB afasta da Igreja padre deputado que defende direitos LGBTs e uso da camisinha
Por Irving Alves

O padre e deputado federal Luiz Couto (PT-PB) foi afastado de suas funções dentro da Igreja Católica por decisão de Dom Aldo di Cillo Pagotto, Arcebispo da Paraíba. O anúncio da suspensão foi feito nesta quarta, 25, em virtude de uma entrevista concedida ao jornal "O Norte", em que Luiz Couto vai contra determinados posicionamentos apregoados pela Santa Sé, defendendo o uso da camisinha por ser uma "questão de saúde pública" e o fim do preconceito contra homossexuais.

Religioso desde os anos 70, Couto foi além afirmando ser contra o celibato e defendendo que as mulheres que passam por um aborto deveriam ser submetidas a tratamento médico adequado. Com o afastamento, Luiz Couto fica proibido de realizar missas, casamentos e batizados e outras atribuições na paróquia de São José Operário, em João Pessoa, como fazia todos os fins de semana. De acordo com Dom Aldo Pagotto, o deputado, que está em seu segundo mandato na Câmara, só pode voltar a atuar na Igreja caso se retrate publicamente.

Revés
A Associação dos Travestis da Paraíba (Astrapa) informou que está articulando um protesto em defesa do padre e deputado. De acordo con Fernanda Benvenutti, Relações Públicas da Astrapa, será realizada uma reunião na tarde desta quinta, 26, entre representantes de entidades LGBTs, universitários, feministas e militantes pelos direitos humanos para definir uma linha de ação. "Podemos elaborar um documento ou sair às ruas, mas para isso ainda precisamos entrar em contato com o padre Luiz Couto para ter seu posicionamento. O que sabemos é que algo precisa ser feito", disse Fernanda ao Mix.

Em nota, a Astrapa relaciona o afastamento de Couto à estratégias políticas: "Vamos combater as declações feitas por Dom Aldo que se diz contrário aos padres serem políticos. É melhor um padre político e que defenda os direitos humanos, principalmente os direitos dos oprimidos e discriminados pela própria Igreja. Não vemos problemas em padres políticos, o pior é ser politiqueiro e punir o deputado Luiz Couto apenas por não pertencer à legenda partidária do arcebisbo. Isto não é apenas uma punição religiosa, é política e partidária. Porque só agora, depois da cassação do governador, é cassado o direito religioso do deputado?", questiona a nota da Astrapa.

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