quarta-feira, 15 de abril de 2009

Estudo da Funai aponta crescente preconceito contra índios assumidos da Amazônia

Fonte:
14/4/2009

Por Redação



Uma recém-publicada pesquisa da Fundação Nacional dos Índios (Funai) revelou o dado óbvio de que existem homossexuais nas tribos indígenas do Amazonas (em um número cada vez mais crescente), mas a surpresa maior do estudo para a entidade é com relação ao recente maior preconceito que os indígenas assumidos estão sofrendo. Segundo especialistas, a aproximação das tribos com a ideologia judaico-cristã está fazendo com que a homofobia cresça no mesmo compasso do número de indígenas assumidos.

O levantamento focado enumerou que existem cerca de 30 mil índios da etnia Tikuna na região de Alto Solimões, no Tabatinga, na Amazônia. Para se ter uma ideia, somente na aldeia de Umariaçu 2 são aproximadamente 3.500, sendo que 40% tem menos de 25 anos e, dentre eles, 20 são homossexuais assumidos, o que é uma surpresa para a Funai. “Esse número cresceu em todas as comunidades. São meninos de 10, 15 anos”, conta em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo o administrador da Funai na região, Darcy Bibiano Murati.

Desde os estudos antropológicos de Darcy Ribeiro realizados no século passado é sabido que existem índios gays assumidos – inclusive travestis. Quando eles saem do armário, ou oca, no caso, passam a realizar tarefas como cuidar das crianças e realizar serviços domésticos. Além disso, muitos passam a pintar as unhas e a cuidar melhor do cabelo. Essa mudança nem sempre é bem vista pelos outros membros da tribo e pode gerar críticas e até violência – justamente o que está preocupando a Funai e estudiosos da região.

O órgão federal acredita que o número de assumidos – os “tibiras” - cresceu e fez aumentar também essa violência. Para os estudiosos da tribo Tikuna, isso é um reflexo da maior aproximação dos índios da sociedade ocidental cristã – uma verdadeira faca de dois gumes que os liberta para se assumirem ao mesmo tempo em que infla a violência contra eles
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Um comentário:

Anônimo disse...

interessante e o que estamos precisando e de mais informacoes temos que respeitar o espaco de todos cada um vive do jeito que quer .