terça-feira, 5 de agosto de 2008

Homoafetividade e arte. Poema: "Nebulosa"


*Por Yekhezel and my soul


solo de derbake - musica árabe


Há pouco saiu furtivo deste recinto,
Com a alma vestida
Do Eros anômalo que lhe gritou meu nome,
E o mesmo amalgamado ao marulho de sua lida
Se faz domínio,
Quando meu calor sobre seus cabelos molhados
De orvalho se enraíza numa carícia muda;
Para que o vento não leve a estranhas máscaras,
Marmóreas e cheias de limo, a lembrança de meu leito
Silente que para muitos é profano.
Sou um bardo que buscava a voz das estrelas,
Quando sedento meu pensar raptado por Órion,
Que em seu lume etéreo fazia sua caça,
Dentro em meu sangue, vertendo suas nebulosas;
Enquanto escorpiões faziam seu cerco em minha língua,
Destilando de minhas palavras sua presa
Para vestir com tal ópio a razão minha,
Para que por outra carne não te tomasse,
Mas como se irmanada tua essência a minha fosse,
Teu lago de ametista nos meus olhos de ônix.

* Estudante do curso de História-UFPI, organizador deste blog.

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